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26.7.05Vôo do Inferno
No último fim de semana, eu estive em Blumenau. Perdão aos amigos que não consegui encontrar, foi muita coisa para resolver em pouco tempo.
Mas o mais difícil mesmo foi o vôo da volta. O malfadado vôo 1757 da Gol, no domingo à noite. Eu ia contar a história toda em detalhes, mas já se passou muito tempo e eu esqueci. E na verdade, não importa tanto. Em resumo, o vôo de Navegantes para Congonhas atrasou para chegar lá em NVT, na hora de sair ainda ficou retido uma meia hora por causa de nevoeiro, decolou, Congonhas já tinha fechado, descemos em Guarulhos, a Gol prometeu ônibus, mas não rolou, prometeu táxi, mas a organização tava uma josta, daí o pessoal começou a ficar nervoso. No fim, eu consegui estar mais ou menos no começo da fila, não demorou tanto eu consegui entrar no táxi e ir pra casa. Quando eu saí de lá já tinha gritaria, gente querendo brigar, etc.. 19.7.05Mudança Marcada
Carrego o caminhãozinho lá em Blumenau no próximo sábado, e descarrego ele aqui em Sumaré na 2a.feira.
ATÉ QUE ENFIM!!!!! 16.7.05Mudança
Agora é só o que falta. A mudança.
O Carlos Risc, que é o outro Administrador do sistema que eu cuido, estava com férias vencidas acumuladas ai-meu-deus-não-pode-mais, e teve de sair por duas semanas. Ele volta no dia 19, terça-feira. Eu já estou com a casa alugada em Sumaré, com as chaves, contrato, tudo certinho. Só que não posso sair. Enquanto o Risc não voltar, não posso sair. A partir da semana que vem, estou de prontidão para ir a Blumenau, na primeira oportunidade. Empresa Grande
Eu me lembro, há não muito tempo atrás, eu repetia com convicção, que eu jamais iria querer trabalhar em uma empresa grande. E aqui estou, mordendo a língua.
O que está diferente, eu? É, pra variar. Um dos argumentos que eu repetia para defender a minha convicção era de que, em uma empresa grande, é muito difícil se destacar. Isso tem se mostrado um grande falácia. Em pouco mais de 2 meses, já recebi elogios da gerência. Não que isso, na prática, mude nada na minha vida, mas claro, é bom ganhar elogio, dá aquela leve inflada no ego. Também não significa que, oh!, eu tenho um futuro promissor aqui. Eu não sei. Futuro a Deus pertence (ou na versão mano: "Dá adeus pus pertence, paquito"). Mas uma coisa que eu gosto aqui na IBM, e que é algo com que eu me identifico muito, profissionalmente falando, é o pragmatismo. Há um milhão de regras e procedimentos para seguir. Mas, se for realmente necessário, these rules are no different than the rules in a computer: some can be bent, some can be broken. Não acho que vou ficar aqui prá sempre, não acho que vou morar em Sumaré até o fim da vida, mas pra variar, desta vez acho que rola de aquietar o facho por um bom tempo. (Não que isso importe de verdade.) Outro motivo, por mais que eu não goste dele, mas seria desonesto da minha parte não falar, é que o cara da Sun, em 2001, falou pra mim que,em empresa grande, ter o diploma é algo que define se você sobe ou não na empresa. Se isso for verdade sempre, e creio que sim na esmagadora maioria das vezes, então meu futuro aqui na IBM tem um teto, um limitante, e eu não devo estar muito longe dele. (Não, não preciso de palavras de encorajamento para temrinar a faculdade, por favor me poupem dessa parte). Enfim, não adianta tentar cruzar a ponte antes de chegar ao rio. 11.7.05The Analog Kid
-- Rush
"The Analog Kid" A hot and windy August afternoon Has the trees in constant motion With a flash of silver leaves As they're rocking in the breeze The boy lies in the grass with one blade Stuck between his teeth A vague sensation quickens In his young and restless heart And a bright and nameless vision Has him longing to depart [Chorus] You move me You move me With your buildings and your eyes Autumn woods and winter skies You move me You move me Open sea and city lights Busy streets and dizzy heights You call me You call me The fawn-eyed girl with sun-browned legs Dances on the edge of his dream And her voice rings in his ears Like the music of the spheres The boy lies in the grass, unmoving Staring at the sky His mother starts to call him As a hawk goes soaring by The boy pulls down his baseball cap And covers up his eyes [Chorus] Too many hands on my time Too many feelings Too many things on my mind When I leave I don't know What I'm hoping to find When I leave I don't know What I'm leaving behind... 7.7.05A Guerra dos Mundos
SHOW.
Show, Show, Show. Eu fiquei com as unhas cravadas na cadeira do começo (ok, depois do primeiro tripod), até o final. Eu não esperava muito do filme, e também não tinha lido a história original, eu fui ver o filme vazio de expectativas. Muito bom. É quase 1 da manhã, a sessão que eu vi acabou pouco depois das 23 horas, e eu ainda estou sentindo o efeito da adrenalina no meu sangue. Ainda estou agitado e nervoso. O Spielberg conseguiu repetir algo que aconteceu no Tubarão: ele tocou o medo. Ao voltar pra casa agora, está soprando um vento forte e frio. Putz, certeza que eu fiquei sobressaltado. Filhadamãe. O Tom-em-Crise dificilmente vai ser muito melhor que aquilo que a gente já conhece, mas ele não tava ruim, não. A Dakota Fanning - a garotinha - ficou irritantemente convincente, mas eu achei o Robbie - o filho adolescente - um pouco "fora". Mas isso pode ser somente a minha predisposição a achar adolescente um pé no saco. Lado A, Lado B
Foi bom ir para Blumenau. Foi bom sair de Blumenau. Foi bom vir para Campinas/Hortolândia/Sumaré (aqui tudo parece muito perto, as estradas são boas).
É um fato quase inegável que, não importa onde se vá, vai ter pelo menos um idiota. Quase inegável, e estatístico. Pessoas inteligentes são raras, logo idiotas são abundantes. O problema é que, se você aumenta muito o tamanho da população, o número de idiotas no seu caminho fica muito grande. Os motoristas de São Paulo não são melhores que os de Blumenau, o pessoal dirije mal em qualquer lugar. Mas aqui, a quantidade de carros que grudam no espelho retrovisor, e ficam farolando, e nervosinhos, e tentando ir prá direita, e tentando ir pra esquerda, e querendo que você saia do caminho porque eles devem ser muito importantes, você tem de sair, é assustador. É um pouco desgastante, ter de dirigir sobressaltado, porque esses idiotas vêm no retrovisor a um milhão de km/h, e freiam em cima do pára-choque. Eu podia viver sem eles. Ainda bem em breve estarei me mudando para a casinha que aluguei em Sumaré, e o caminho de lá pra IBM em Hortolândia é bem tranqüilo. Tudo na vida tem o lado bom e o lado ruim, eh? ;-) Batman Begins
Na semana passada (ou na outra), eu fui ver Batman Begins. Pra quem gosta do personagem, como eu, foi muito bom. O filme do Tim Burton, dos anos 90, foi um bom filme. A seqüência até que passou, mas depois disso os outros da série foram lixo puro concentrado.
Batman Begins resgata o lado sombrio do personagem. Traz um pouco mais de realismo ao homem morcego. Mas vamos lá, como eu sou chato pra cacete, vamos descer a lenha: 4.7.05As Massas, Os Ismos, O Orkut e o Destino da Humanidade
Massas
Eu estou um pouco cansado da massificação exacerbada do mundo de hoje. Massificação e força-bruta. Eu tenho 30 anos de idade, formação superior incompleta, solteiro, sem filhos. Eu pago seguro mais caro. O seguro do meu carro é mais caro que o do cara que "seguiu a cartilha". Como diz o ditado. o justo paga pelo pecador. Não há novidade nisso. O que há, talvez, é uma falta generalizada de senso nas pessoas e, principalmente, na educação das novas pessoas, para ensiná-las a valorizar a própria voz, apesar do mundo em contrário. Meu sangue armênio reluta, mas sei, convictamente: o conforto é mais caro pra mim do que para a média. Tudo agora é feito baseado na média, na estatística. E mais, impinge-se medo com base na "média". É extremamente comum ouvir-se notícias do tipo: Pesquisa afirma que 60% dos homens que comem hamburger morrem de enfarto. Despreza-se sumariamente a complexidade intrincada do ser humano, a individualidade. -ismo Com o advento e o barateamento(?!) das câmeras digitais, agora todo adolescente de classe média tem uma câmera digital. Seja a top-multi-extra-super último modelo da Sony, ou aquela desavergonhada do celular, em qualquer lugar que se vá, vê-se a molecada (sim, estou sendo gentil aqui) se juntando e tirando fotos. E fotos. E mais fotos. E mais fotos. E mais fotos. E praticamente todas iguais. Eu nunca tive habilidade com fotografias. As melhores fotos que já bati são, no máximo, triviais, banais, sem nenhum grande atrativo. Na qualidade de mente pensante, no entanto, já cheguei a ler algo a respeito da arte e da técnica da fotografia. Nenhum estudo sério ou aprofundado, mas eu pude extrapolar a existência de uma infinidade de nuances que a arte da fotografia pode ter. Eu não nasci pra isso, mas eu reconheço o valor da arte. Com o advento do fotografismo, a arte da fotografia está cada vez mais difícil de se achar. Não quero desmerecer o trabalho dos profissionais da área, quem quer que eles sejam. Mas é que agora, há tantos milhares ou milhões ou zilhões de fotos por aí, que eu simplesmente não tenho mais saco pra procurar. E a arte. Como tirar foto ficou muito fácil, não é mais preciso ter arte em fotografia, basta você tirar 150.000 fotos: estatisticamente, pelo menos uma vai prestar. O resto você apaga. Pra liberar espaço. Pra tirar mais 150.000 fotos. Isso me lembra do controverso Prof. Setzer, do IME - USP. Acho que foi em uma aula daquela disciplina ímpar que ele ministrava (O Computador na Sociedade e nas Empresas, que apelidei carinhosamente de Divagações Filosóficas do Prof. Setzer Sobre o Universo, o Tudo e o Nada), que ele nos contou histórias antigas. Antigamente, para um estudante de Computação da USP executar os seus EPs (Exercícios-Programas - como diabos é o plural disso?), a seqüência era mais ou menos assim: o pelego primeiro pensava no problema, depois escrevia o programa, depois ele transcrevia o código-fonte para cartões perfurados (sim, aqueles mesmos dos filmes antigos). Com a sua preciosa pilha de cartões perfurados e ordenados em mãos, nosso valoroso discípulo do saber dirigia-se ao CCE (Centro de Computação da USP), onde entrava na fila. Se fosse na véspera da entrega do EP, a fila era certamente interminável. Com todo o cuidado possível e imaginável neste mundo, ao chegar a sua vez, o aplicado estudante colocava os seus cartões, em ordem, na gavetinha da leitora de cartões. Os cartões eram então lidos, o programa era carregado na memória do computador, executado, e o resultado saía numa impressora, daquelas grandonas matriciais, barulhentas e lentas. Se, após todas essas intempéries, o programa gerasse um resultado incorreto, era preciso revisar tudo, desde o princípio. Como conseqüência, a qualidade dos programas era sempre muito grande: o custo de um erro era muito alto. Hoje em dia, o programador escreve um statement, uma linha de código, aperta uma tecla F9 qualquer da vida, e o arquivo está salvo, compilado, o projeto re-linkado, e o programa em execução é recarregado com a nova versão. Errar é muito barato. Existem outras infinidades de -ismos hoje. Deve haver um nome bonito para essa atitude. O SPAM, a praga dos tempos modernos, é um -ismo. Baseia-se no fato de que, ao mandar e-mail para um zilhão de pessoas, pelo menos um idiota vai cair no conto do vigário. Orkut Acho que foi Demóstenes, o famoso orador grego que disse que quanto mais gente reunida, menor é o nível intelectual médio. Não lembro de verdade se foi ele quem disse isso, ou se foi o Zé da esquina. Mas, ao longo da minha curta existência, ainda não vi os fatos negarem essa teoria. Muito pelo contrário, os exemplos concordantes são infindáveis. O Orkut tornou-se conhecido no mundo inteiro. Ok. É interessante re-encontrar muita gente, re-unir pessoas há muito distantes. Ter notícias. Encontros felizes escritos no livro do Destino, também. Eu sou testemunha disso. Mas, no geral, o Orkut é algo tão ilusório, tão tênue e besta! Há uma cultura de rotulação baseada em fotos e em quais comunidades uma pessoa está inscrita. Gente que eu nunca vi na vida se dizendo meus amigos. Ah, aquela velha história de "o que é amigo de verdade?", ou "precisa ser amigo próximo pra ser amigo?" ou outras discussões bestas quaisquer. Não vou entrar nesse mérito. update (09/Jul): Tem uma cena do Matrix que eu acho que diz muito sobre isso. É aquela em que Neo, Trinity, Morpheus e Cypher estão no carro. Neo está indo es encontrar com a Oráculo. Neo vê o lugar onde ele comia noodles, e se sente incomodado. "Eu tenho todas essas memórias da minha outra vida. Nenhuma delas aconteceu de verdade. O que isso significa?". Ao que Trinity responde: "Que a Matrix não pode te dizer quem você é". O Destino da Humanidade O destino é.... o buraco. Sem nem entrar em questões básicas como abastecimento de água potável e alimentação, a humanidade está cada vez maior. Onde será que eu vi essa linha de raciocínio antes?. Praticamente tudo o que é feito hoje, é feito em larga-escala, para atender à maioria da população, que, invariavelmente tem um nível de exigência tão alto quanto um pires. A própria Democracia (a ideal, não essa palhaçada que ocorre hoje e que chamam de Democracia), não passa, na verdade do governo da maioria. E sempre que isso ocorre, oprime-se a mente individualizada. Promove-se a massificação do pensamento. Podemos usar palavras bonitas, mas o governo da maioria, é sempre um governo da covardia. É melhor que as vias de fato, mas não deixa de ser o bando maior e mais forte batendo no menor e mais fraco. Teoricamente, a diferença maior seria então o debate, o embate das idéias. Vamos ser honestos: quantas vezes isso realmente acontece? E quantas vezes as cartas já não estão marcadas desde muito antes? Nós fazemos mais filhos do que conseguimos educar. Me parece inevitável que o "excesso" terá de ser cortado, ou pelo próprio homem, ou pela Natureza. Não sou nenhum bidu, mas acho que o destino da humanidade não parece muito animador. Sim, eu costumo ter visões pessimistas e apocalípticas das coisas, então releve. Eu acho que, no geral, a Humanidade até que tem melhorado bastante. Historicamente falando, a gente não queima mais bruxas (até onde eu sei), não sai construindo pirâmides pra um maluco que diz que é filho do Sol. Mas eu tenho medo de que a gente se destrua antes de conseguir evoluir mais. |
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