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30.11.04Leitura (III)
Já havia começado a ler, mas estava parado: A Pílula Vermelha - Questões de Ciência, Filosofia e Religião em Matrix, que foi presente do Mairlos. O livro é uma coletânea de textos de vários autores, com análises(!) de aspectos diferentes.
Recomecei a ler, e entendi porque tinha parado. O texto em que estou agora, é muito ruim. Chama-se CYPHER ESTAVA CERTO? 1a. Parte: Por que ficamos na nossa Matrix, de um tal Robin Hanson. (Há um parágrafo de comentário inicial antes do texto, fazendo-se de mestre-de-cerimônias, e lá se diz que o tal Robin Hanson é economista. Hmmm.....) Primeiro, ele sofre de over-quote: os três primeiros parágrafos na verdade não são dele, são citações, de lugares diversos do filme, e são colocados na ordem que ele quer. Eu já não gostei disso, mas vamos lá, segue. O quinto parágrafo começa com: A maioria dos espectadores dessa história é levada a acreditar que, se precisasse escolher, se uniria aos rebeldes. Ao que eu somente posso retrucar: a massa de pessoas que é levada a acreditar, define o grupo que não entendeu o filme. Isso não teria importância nenhuma, se o resto do texto não caminhasse a partir da contestação dessa afirmação. Ou seja, a tese do indivíduo, parece ser (ainda não terminei o texto) de que a maioria das pessoas prefere não acordar. Isso resvala no óbvio. Esse é exatamente o ponto da questão. Agora, o caminho que o autor usou para tentar demonstrar esse ponto é assim, assustador. Ele afirma que nós somos escravos dos "genes egoístas". Um pequeno aparte: nos últimos dias tenho lido alguns textos que discutem a natureza do livre-arbítrio. Ainda não li o suficiente, ainda não pensei o suficiente. No entanto, existe uma teoria, chamada Compatibilismo. Lendo um texto que defende o Compatibilismo, me deparei com uma questão mais básica: o Teatro Cartesiano. Segundo um certo Daniel Dennett (nome do livro: Consciousness Explained), o Teatro Cartesiano é a dissociação da mente com o corpo, é uma dicotomia: a mente é uma coisa, e o corpo da pessoa é outra. E segundo Mr. Dennett, essa dicotomia é falsa. Se isso for verdade, então é simplesmente uma questão de tempo até o desenvolvimento da Inteligência Artificial chegar ao nível humano. Basicamente, é afirmar que tudo o que somos, é físico. Por que falei disso tudo? Porque a linha de raciocínio do Mr. Hanson parece pressupor a inexistência do Teatro Cartesiano, mas isso não foi dito no começo. Isso é jogado nas entrelinhas, como se fosse algo que já não é mais questionado. Não mais? Lost in Research: originalmente o Descartes falou do dualismo mente-corpo. É disso que o Mr. Dennett está falando. [Pausa para o Draft, terminar de ler o texto, pensar] Resumo: o cara defende que os nossos "sentimentos" são na verdade manifestações das instruções genéticas que carregamos, e que a maioria das pessoas não irá lutar contra isso. Ah, e que o único objetivo dessas instruções genéticas é manter a espécie, namely, reprodução. Eu ainda estou estudando, mas não consigo aceitar o Compatibilismo. Eu acho que existe algo além da matéria. Ou, como diria o poster do Mulder: I WANT TO BELIEVE. UPDATE Eu também acho que a maioria das pessoas não vai mexer a bunda da cadeira prá nada. A maioria das pessoas, só vai continuar na linha do ignorance is bliss. Pode até ser que a nossa genética seja uma das causas, senão a causa disso, mas o cara não estrutura direito as idéias, e usa umas "mágicas" no meio do texto, para tentar te conduzir a onde ele quer. Isso não dá prá aceitar. |
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