russo
Não é uma comunidade, é um noticiário.

22.4.05

 

Cotidiano (Devaneios de uma mente inquieta)

Alguns anos atrás, meu irmão mais velho me perguntou sobre a minha namorada, e eu respondi que as coisas estavam meio chatas, que não acontecia muita coisa. Então ele me disse algo que me acertou como um Scania descendo a ladeira: "É assim mesmo. A vida não é um filme, onde acontecem coisas emocionantes o tempo todo". Como? Quer dizer então que o destino é ter uma vida chata? Eu não pude acreditar na época. E eu não consigo acreditar nisso ainda.

Não, eu não estou tentando ser Peter Pan, nem estou tentando viver no mundo dos sonhos, no futuro (ou no passado). Eu quero viver agora, aqui onde estou. Mas daí eu me lembro daquele meu compromisso pessoal do fim da minha infância, de não me deixar tornar seco e vazio como eu achava que os adultos eram. Desprovidos de alegria por longos períodos de tempo*. Impossível não fazer alguma associação entre as coisas.

É um fato que eu acordo, e vou para aquele lugar chamado "trabalho", onde tudo à minha volta me diz que eu tenho de deixar de ser eu mesmo e ser o que os outros querem de mim. É um lugar maçante, onde sempre existe alguém tentando pressionar os outros a fazerem mais, mais, mais, mais. É uma rotina massacrante, uma morte lenta. É como alguns maços de cigarro por dia :-).

Então eu chego em casa, depois de um dia de tensão, e o que é que está na minha cabeça? Tensão, pressão, bits e bytes, problemas no servidor, e configuração de datasources. Nada que acrescente algo importante à minha vida. Calma, não me taxe de coitadinho, eu digo isso apenas como quem observa os fatos, sem ressentimentos. Do que eu vou conversar? Disso? Vamos, seja honesta, você quer mais que o datasource vá prá casa do chapéu, to say the least. E, de verdade, eu também.

É fácil achar a vida chata, é fácil olhar para o fio da vida e ver sempre a mesma linha, ver sempre a mesma fábrica sendo tecida interminavelmente. Faz todo o sentido do mundo(!): você vive naquela rotina, e com o tempo, você se torna rotina. Ordinário e medíocre, no sentido mais arcaico. O Ordinário é uma víbora extraordinária: basta não prestar atenção no passo que já vem uma mordida. Esquece-se de olhar às estrelas, esquece-se de brincar com as crianças, esquece-se de trabalhar com gosto, esquece-se de olhar para o mundo e ver os milagres que nos cercam.

É fácil demais, na própria angústia, esquecer da angústia do outro.

19.4.05

 

IBM dias 2 & 3 & beyond

No segundo dia, eu passei pela portaria porque acharam que eu era o outro Alexei que presta serviço lá. Depois disso tive de esperar alguns minutos na recepção do prédio da IBM, mas foi rápido, e logo eu estava na minha mesa.

O trampo mais puxado ainda não começou, basicamente está previsto um mês e meio de treinamento. Eu vou ser administrador de WebSphere de dois sistemas diferentes da IBM, para a própria IBM. Um sistema já está no ar, o outro ainda está sendo desenvolvido. Há muitas regras, normas, procedimentos e senhas para se lembrar, mas isso tudo com o tempo a gente pega.

Acho que há um futuro bom ali, e o presente já está sendo bem interessante.

18.4.05

 

IBM dia 1

Começou bem. Bem com o pé canhoto. A G&P não mandou a "carta de acesso" para a IBM, então eu fiquei na portaria do condomínio, esperando, das 9:00 às 12:30.

Quando entrei, me levaram direto para a mesa do Carlos "Risc", que vai ser o colega com quem vou trabalhar, ele estava num conference call com os gerentes do projeto nos States. Já me apresentei, disse o meu "oi", e vamos lá, a reunião foi até às 13:45. Saímos correndo de lá pra pegar o restaurante ainda aberto até às 14:00.

Depois disso passei um tempo na mesa do Risc, vendo o que ele fazia prá já começar a aprender alguma coisa. Depois no meio da tarde me designaram uma mesa, um desktop. O Felpa, o Glads e o Neuberas estão trampando lá também, já comecei a conhecer mais pessoas.

Vou ter usar aquela josta do Lotus Notes para email.

 

Auf Wiedersehen, Blumenau

Fui. Blumenau ficou para trás. Mais uma jornada estranha, em terra estranha, com gente estranha e esquisita. :-) Calma, não é para tanto.

Blumenau é uma cidade estranha. De uma beleza natural abundante, de belezas naturais muitas, mas uma cidade indecisa em sua identidade, uma cidade que se divide entre o turismo e a praia, entre amizades inabaláveis e a desconfiança, entre morros verdes e o rio marrom.

Eu não costumo sentir saudades dos lugares. De verdade, eu não sinto saudades de lugares, pelo menos não de uma forma muito expressiva para mim mesmo. Eu não me importo tanto com lugares. Eu sinto falta das pessoas. Eu vou sentir falta - eu sinto falta - dos amigos que ficaram para trás. Em Blumenau, em São Paulo, em Brasília.

Mas, como eu disse ao Ricardo, lá em Blumenau, por um lado é triste não estar mais perto dos amigos mas, posto que eu tenho essa natureza meio inquieta, por outro lado eu fico feliz de ter cruzado esses caminhos e crescer e ajudar a crescer.

Agora, Blumenau ficou. Minhas cousas ainda estão por lá, mas isso é uma questão de tempo.

17.4.05

 

Blumenau is Over

The Carnival is Over - Dead Can Dance

Outside
The storm clouds gathering,
Moved silently along the dusty boulevard.
Where flowers turning crane their fragile necks
So they can in turn
Reach up and kiss the sky.

They are driven by a strange desire
Unseen by the human eye
Someone is calling.

I remember when you held my hand
In the park we would play when the circus came to town.
Look! Over here.

Outside
The circus gathering
Moved silently along the rainswept boulevard.
The procession moved on the shouting is over
The fabulous freaks are leaving town.

They are driven by a strange desire
Unseen by the human eye.
The carinval is over.

We sat and watched
As the moon rose again
For the very first time.

13.4.05

 

Poeminha para Lili

We stroll hand in hand by the sidewalk of reality,
Picking here and there a glimpse of a squirrel or a scent of spring flowers
And as the path unveils itself beyond the lazy road,
Our hearts sing a cute song, for Joy and Sadness lay ahead of us.

1.4.05

 

O que é pior?

Ter de ouvir o Datena, essa sumidade jornalística brasileira, verborragicamente comentar que é melhor não falar nada do que ficar falando um monte de coisas tristes sobre a iminente morte do Papa, ou ouvir os meus pais discutindo sobre o Césaro-Papismo, a Igreja Católica, a infância do Wojtila e qual é a igreja certa.

 

Constantine

Vi o Constantine ontem. Apesar de não chegar nem perto do real John Constantine, foi muito melhor que a expectativa que eu tinha do filme. Então, tentando não descer muito a lenha com comparações:

  • Gabriel quebrando as regras e ninguém percebeu? Nem Deus nem o Diabo? Unlikely.

  • Lúcifer é gente fina? Só faltou ele dizer: cara, que legal que você me quebrou esse galho, e aí, posso te pagar uma cerva?


Pelo menos ele fumava pra caralho.

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